24.2.11

Os elementos básicos da comunicação visual

Ponto
O ponto é o elemento mais simples e unitário da linguagem visual. Não só pode ser analisado sob a questão da sua dimensão, como concentração- rarefação. A sua concentração e sobreposição, conjugado com o fator cor, permite o jogo de perceção visual em imagem, como por exemplo a fusão cromática no olho do obervador (efeito produzido pela quadricromia - impressão a 4 cores em off-set)

Linha
A linha é um conjunto de pontos. Podem ser retas, semi-reta; curvas; onduladas; híbridas, compostas por partes retas e curvas, etc.

Forma
Formas geométricas regulares simples como os triângulos, quadrados, rectângulos e círculos;
Formas geométricas regulares complexas:  poliedros;
Formas geométricas irregulares: formas isomórficas, etc.

Direção
Pode ser observada nas formas básicas simples: o quadrado - horizontal e vertical; o triângulo - diagonal e o círculo - curva; mas a partir daí o uso de direções estabelecidas pelas linhas de olhar, de objectos semelhantes, de perspectivas, etc, produzem a riqueza e a dinâmica da imagem.
A associação das direções a significados é um aspecto fundamental:
- a direção horizontal, linha que podemos instantanemente relacionar com o horizonte, está associada ao repouso, permanência;
- a direção vertical, pode ser associada ao homem, à sua presença ereta no espaço/ no mundo, associada à vontade/ à afirmação, mas também é a direção que serve de oposta à horizontal; entre estas duas define-se o  sentido de estabilidade; ligadas sobretudo ao organismo do homem (horizontal- descanso; vertical- atividade);
- as diagonais refletem o oposto - são forças de instabilidade, de desiquilibrio, e como tal, forças provocatórias da visão humana que procura a estabilidade; como no ocidente a leitura se estabelece da esquerda para a direita, a associação das diagonais (em termos gerais) varia entre  ascender (inferior esquerdo- superior direito) e descender (superior direito- inferior esquerdo);
- as direções curvas representam envolvimento, repetição e calor; aspectos relacionados provavelmente com arcaísmos como a concentração em redor do espaço do fogo (lugar de proteção contra os animais, o frio e o escuro, nos princípios da humanidade), que se herda para o espaço da casa (não é displiciente que em terminologia arquitetónica se usa a referencia de "nº de fogos" para dar a indicação do nº de espaços habitacionais que existem num edifício).

Tom
Variação de escuridão e luminosidade presente numa imagem. Está associada a sentidos tão diversificados e culturalmente estabelecidos tais como:
- escuridão - noite; ignorância; perda; caos; desumano; diabo; inferno; mal; impureza; morte; luto; mistério; dúvida;(...)
- luminosidade - dia; verdade; sabedoria; ordem; humano; deus, paraíso/céu; bem; pureza, nascimento; esclarecimento; certeza; (...)

O tom permite também a identificação dos "objectos debaixo do sol", ou seja, precisamos de luz para ver o que nos rodeia. Como tal os tom ajuda a definir os objectos, identificados, no espaço através da sua perspectiva (determina que haja áreas em sombra e áreas em luz).

Cor
Cores primárias: magenta, amarelo e cyan;
Cores secundárias: verde, laranja e violeta;
Cores complementares (pares): magenta- verde; amarelo-violeta; cyan-laranja
A temperatura da Cor: identificação de valores de temperatura associados às cores; as cores quentes são os vermelhos, laranjas e alguns amarelos; as frias são os azuis, verdes e alguns violetas (alguns, pois depende da percentagem de cores quentes na mistura).

Pureza cromática versos mistura de cores: as cores mais puras são as que são as que estão mais próximas no círculo das primárias.
Harmonias cromáticas: de diversa ordem.

O significado das cores pode variar muito, no entanto tudo o que está mais ligado ao biológico do homem, é essencial. Tal significa que, tanto identificação cromática no corpo humano, como sensações/ emoções básicas (que naturalmente ao corpo estão ligados), são tendencialmente universais, como o vermelho ser sangue, logo sinal de alerta, e consequentemente de perigo.

Textura
Aspecto comunmente aassociado ao sentido do tato.
Texturas regulares/ irregulares, naturais/artificiais, etc.

Escala
Identificação do grande e do pequeno. Possibilita fornecer a sensação de grande e de pequeno. Em relação a este elemento, o curioso é o fato de apenas funcionar na dupla evidência do par grande pequeno - a definição de um implica o outro, poder-se-á dizer mutúa. Este aspecto implica que a definição de escala seja sempre algo fluído e relativo, nunca absoluto, pois é uma questão de comparação num determinado contexto.

Dimensão
A representação bidimensional poderá permitir a representação (simulada) da 3ª dimensão (profundidade), através das regras da perpectiva cónica. A perspectiva cónica é uma técnica de representação gráfica,  inventada no séc XV, e que se baseia na simulação do efeito ocular percecionado pelo homem, na sua experiência diária do mundo. Tal experiência diz-lhe que há uma linha horizontal - linha de horizonte, e que algures nessa linha, há um ponto onde convergem todas as linhas que não horizontais - o ponto de fuga. Esta estratégia técnica determina que, a partir de um mesmo ponto - ponto de observação,  objetos semelhante e que estejam espalhados no espaço, são vistos como tendo tamanhos diferentes. Esse aspeto permite fazer sentir ao observador, estar mais perto de um que de outro.

Bibliografia
Dondis, A. Donis (1974) A Primer of Visual Literacy. Massachussets: MIT Press.
a primer of visual literacy - online (parcialmente)

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